segunda-feira, 30 de maio de 2011

A Tragédia de Realengo - Redes Sociais, Mobilizações e Valorização da Vida

Um homem de 23 anos entrou em uma escola municipal na Zona Oeste do Rio na manhã de quinta-feira (sete de abril de 2011), atirou contra alunos em salas de aula lotadas, foi atingido por um policial e se suicidou. O crime foi por volta das 8h30.
Segundo o diretor do hospital para onde as vítimas foram levadas, 11 crianças morreram (10 meninas e 1 menino) e 13 ficaram feridas (10 meninas e 3 meninos). As crianças têm idades entre 12 e 14 anos.

Segundo autoridades, o nome do atirador é Wellington Menezes de Oliveira e ele é ex-aluno da Escola Municipal Tasso da Silveira, no bairro de Realengo, onde foi o ataque.

Extraído de: http://ultimosegundo.ig.com.br
 “... Olhe bem essa menina e a tome como exemplo. Porque esta menina ao ver que o atirador que invadiu a escola no Rio de Janeiro onde 11 crianças inocentes foram atingidas, se meteu em frente ao tiro que acertaria sua amiga para salva-lá. A menina Bianca morreu na hora. Sua amiga passa bem. Agora reflita: Você faria o mesmo por alguém? Daria sua vida por alguém? É isso que o mundo precisa! De amor como esse, um amor verdadeiro, um cumplicidade sem tamanho, uma amizade a ponto da menina morrer pela sua amiga. O mundo definitivamente precisa desse amor...”

O texto acima foi extraído de uma comunidade do Orkut criada especificamente para destacar a ação de uma menina durante o tiroteio na escola. Atualmente, em 29/05/2011 a comunidade possui 32.665 membros.

Independente dos questionamentos ou da opinião particular do autor, o fato a destacar é que a história ocorrida fez mobilizar quase 33.000 pessoas ligadas à rede social do Orkut e que o fato de aderirem a esta comunidade demonstrou que a história desta menina “mexeu” de alguma maneira com estas pessoas. Logo, vários processos de alteridade se fizeram presente.

Após ler sobre o caso Wellington, muitas pessoas se transformaram (alteridade), inclusive lançaram essa corrente com a foto da menina que salvou sua amiga. Impossível alguém que não ficou, no mínimo, chocado depois de ler/ouvir essa historia. Reportagens impactantes como essa nos fazem questionar (alteridade) sobre a segurança nas escolas, a falta de amor no mundo, sobre os inocentes (como essas crianças) que perdem sua vida por falta de organização, segurança, competência da sociedade etc. A indignação é tanta (alteridade) que foram criadas correntes na internet (como a do exemplo), comunidades/tópicos/postagens em sites de relacionamentos, blogs em geral e até foram organizadas passeatas diversas para protestar, reclamar sobre a segurança nas escolas e demais anseios da comunidade. Fora a mídia, que ficou em volta do caso quase todo mês de abril.

Todas essas ações seguiram gerando mais e mais alteridade em quem entrava nos sites, ou decidia participar de movimentos de protesto, ou se mantinha informado pela mídia, pois comovia as pessoas, e fazia com que elas seguissem divulgando, incentivando, educando e conseqüentemente, causando alteridade em outras mais.

Por mais triste que tenha sido, o caso Wellington fez a população sentir que foi a gota d’água, que precisamos mudar. Com certeza as escolas pensaram novas formas de segurança, as amizades verdadeiras ficaram mais valorizadas, os pais, de “agenda lotada”, que talvez antes usassem a escola como “babá” de seus filhos, foram em busca de um tempo livre pra aproveitar com eles. O valor dado para a vida ganhou outra proporção.

Para Refletir: Precisamos que tragédias aconteçam para que valorizemos mais a vida e as interrelações?


Referências:
Link da comunidade no Orkut
Link da notícia no IG